“Ele te elevará para o lugar mais alto / Ele te levantará quando você chamar/ Ele te dará abrigo da tempestade / Eu acredito na vinda do Reino/ Quando então pessoas de todas as cores /irão se tornar apenas uma/ Você quebrou os elos, soltou as correntes/Você carregou a cruz/E com ela toda a minha vergonha/Você sabe que eu acredito nisso”
Qualquer música que tenha essa letra poderia facilmente ser classificada no gênero gospel; ainda mais se embalada por falsetes e um backing vocal que parecer ter vindo direto do ensaio do coral da igreja.
Mas trata-se de “I still haven’t found what I’m looking for”, um clássico da banda pop U2, que nas últimas décadas vem mantendo-se como uma das mais famosas e influentes do mundo.
Os músicos irlandeses foram os entrevistados na noite de quinta (25) do talk show de Jimmy Kimmel, um dos mais populares do mundo nos últimos meses.
Questionados sobre o atentado ocorrido esta semana em Manchester, Inglaterra, durante um concerto musical, o vocalista do U2, Bono, não usou a palavra muçulmanos, mas foi direto: “Eles odeiam a música, odeiam as mulheres, odeiam até as meninas. Eles odeiam tudo o que amamos e o pior da humanidade estava em Manchester”
Ao comentar a relação da sua música com questões espirituais, os integrantes do U2 lembraram que seu álbum The Joshua Tree (1987) está completando 30 anos e eles ainda continuam cantando músicas que fizeram sucesso então.
Em seguida, para surpresa da audiência, Bono começou a cantar “I still haven’t found what I’m looking for” [Ainda não encontrei o que eu estou procurando] dizendo que era uma “canção gospel para quem tem o espírito inquieto”.
Perto do refrão, ele disse “vamos para a igreja”, para em seguida passar a ser acompanhado por um coral de backing vocals que estavam em meio à plateia do estúdio.
Aos 57 anos, Bono não esconde sua fé cristã e como ela ajudou a moldar sua vida. Recentemente ele participou de um documentário feito por David Taylor, professor de teologia e cultura no Fuller Theological Seminary, da Califórnia, onde o vocalista do U2 falou sobre sua recente peregrinação a Jerusalém e como o amor de Deus mudou sua vida ainda na adolescência.
Também revelou que iniciou o U2 “tentando preencher o buraco no meu coração com música, com meus companheiros de banda”. Apenas para chegar à conclusão, anos depois, que “a única coisa que podia preenchê-lo é o amor de Deus. Era um grande buraco, mas felizmente Ele oferece um grande amor”.
No documentário, Bono explicou que anda estudando muito a Bíblia e defende que “toda arte é profética”, mesmo que o mundo não esteja ouvindo, ela precisa ser “pregada”.