Milhões de estudantes brasileiros participaram neste domingo (4) do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Como ocorreu em outros anos, perguntas com alto teor ideológico chamaram a atenção.
Na prova de Linguagens, por exemplo, havia uma que abordava um dicionário criado somente para o vocabulário usado por travestis. A questão pedia que os candidatos “decodificassem” o que era dito. “Nhai, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã! Entendeu as palavras desta frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o ‘dialeto secreto’ dos gays e travestis”.
Outras questões de interpretação abordavam “temas de interesse social”, como racismo e violência contra a mulher.
O professor do COC, Everton Silva, revelou ao O Globo que uma das questões utilizou “o resumo de um trabalho acadêmico que falava sobre como o negro era visto pela indústria de produtos de beleza, que reforçava a beleza do negro como menor e, por isso, que era necessário usar esses produtos para alcançar um certo padrão”.
Segundo ele, trata-se de um texto que se posiciona em relação a uma questão social. Em uma das provas, foi abordado o feminismo, mais especificamente com um recorte em relação às mulheres negras. Outra questão tratou sobre o nazismo.
Fonte: Gospel Prime