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Harry Potter tem mais influência sobre jovens que a Bíblia
Mundo Cristão
Publicado em 28/04/2019

A doutora Tara Isabella Burton, especializada em religião, tem estudado o cenário atual dos “não afiliados”, como são chamadas as pessoas que se dizem religiosas, mas não frequentam nenhum templo ou igreja.

Escrevendo um livro sobre o assunto, a especialista disse que tem feito várias entrevistas e levantamentos. Sua conclusão é que a série “Harry Potter”, seja nos livros ou nos filmes, tem um alcance maior sobre a nova geração que a Bíblia.

Escrita pela inglesa J.K. Rowling e disponível em praticamente todas as línguas do mundo, a série de fantasia sobre bruxos tem um apelo enorme entre os chamados millenials (menos de 30 anos).

Burton cita, por exemplo, que 61% dos americanos já assistiram a pelo menos um filme de Harry Potter. Uma pesquisa recente mostrou que apenas 45% da população americana é capaz de dizer quais são os quatro Evangelhos.

A conclusão da doutora Burton é que, embora não falem sobre Deus ou deuses, os personagens de “Harry Potter” estabelecem uma espécie de “teologia”, onde prevalece o conceito de vitória do bem contra o mal e a manipulação de forças metafísicas.

“Numerosos estudos têm mostrado a correlação direta entre o liberalismo político em ascensão e os livros da saga de Potter. Estudos controlados mostram que as passagens de leitura dos livros alteraram as opiniões das crianças sobre os estrangeiros, por exemplo”, argumenta em entrevista ao Religion News Service.

A estudiosa diz que o fato das pessoas saberem que a série “Harry Potter” é ficção muda pouco seu impacto. Afinal, tanto entre os americanos não religiosos quanto os cristãos as pesquisas mais recentes comprovam que apenas 30% da população vê a Bíblia como “a palavra literal de Deus” ao passo que outros 14% a chamam de “ficção”.

Burton lembra ainda que esse não é um aspecto cultural novo. Na década de 1970, a série de TV e filmes “Star Trek” oferecia aos seus fãs uma visão da moralidade e da condição humana enraizada no secularismo humanista e positivista de seu criador, Gene Roddenberry.

Da mesma forma, na década de 1990, centenas de milhares de “sem religião” se identificaram como jedi, a classe sacerdotal de samurai espacial nos filmes “Guerra nas Estrelas”, em censos nacionais no Reino Unido, País de Gales e Austrália.

Fonte: Gospel Prime

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