A refilmagem do longa "Ben-Hur", produzido originalmente em 1959, ofereceu ao ator Rodrigo Santoro o desafio de interpretar o personagem de maior impacto e influência na história — Jesus Cristo.
“Inevitavelmente foi uma jornada íntima e espiritual, não tinha como não ser”, disse o brasileiro ao lado do ator britânico Jack Huston, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (2) em São Paulo.
Para Santoro, a figura de Jesus Cristo tem uma força única diante da humanidade. “Bilhões de pessoas têm uma relação íntima, independente da religião. Dentre esses bilhões, eu estou no meio. Eu cresci escutando histórias sobre o menino Jesus da minha avó, que é italiana, católica praticante. Ele sempre fez parte, com muita força, do meu imaginário e da minha vida”, revelou o ator.
Parte do impacto que o papel de Jesus Cristo trouxe ao ator foi expressa em lágrimas, no momento em que Santoro falou sobre a cena da crucificação. “Foi um momento absolutamente inesquecível. A cena foi fortíssima, eu nunca vou me esquecer”, disse ele.
Mesmo depois de encarar um processo de seis horas de maquiagem e um frio intenso decorrente de uma nevasca, o ator não conteve as emoções. “É uma sensação indescritível estar pregado numa cruz, tendo que de dizer aquelas coisas, tendo de externalizar o sentimento do mundo.”
No filme, Jack Huston vive o protagonista Judah Ben-Hur, príncipe de uma nobre família judia. Ben-Hur cresceu próximo a seu irmão adotivo, o romano Messala (Toby Kebbell), que mais tarde passa a ocupar o alto escalão do exército de Roma e se desentende com a família de criação. Injustamente acusado de traição pelos romanos, o judeu sobrevive a anos de escravidão para se vingar de Messala.
Rodrigo Santoro (Jesus Cristo) ao lado do britânico Jack Huston (Judah Ben-Hur). (Foto: Guiame/Marcos Paulo Correa)
Mudança
O roteiro construído em cima de uma intensa busca por vingança, é finalizado por uma mensagem de amor, perdão e redenção — influenciadas pelos preceitos de Jesus Cristo. Para Santoro, esse foi o grande ensino que o Filho de Deus deixou a ele.
“A natureza humana é complexa. Quando alguém te fecha no trânsito você fica louco, mas como dar a outra face, como fazer isso? Tentei bastante quando me preparei para fazer esse personagem, e me deparei com os limites da minha própria humanidade", disse ele. “A gente sabe o que precisa fazer, o negócio é colocar em prática. Eu acho que é a coisa mais forte que ficou comigo.”
O filme Ben-Hur, produzido pela Paramount Pictures, estreia nos cinemas do Brasil no dia 18 de agosto.