O conhecido programa “Fala que eu te escuto”, exibido nas madrugadas da Rede Record, seguidamente aborda assuntos polêmicos. Nesta sexta-feira (5), sob o comando do bispo Márcio Carotti, o assunto debatido era: “Se seu filho assumisse que era gay, o que você faria?”.
Como de costume, chamou um convidado para debater e apresentou vídeos de pessoas entrevistadas aleatoriamente nas ruas. Alguns depoimentos falavam em aceitar tranquilamente a situação. Contudo, a maior parte do público pareceu discordar.
Um motorista de São Paulo, por exemplo, alegou que não aceitaria um filho gay. Suas palavras soaram como uma ameaça. “Ele vai aprender a ser homem debaixo da porrada. Ou aprende a ser homem ou ele morre”, afirmou o homem.
No final do programa, o bispo Carotti deu uma declaração que pareceu uma provocação à postura pública de pastores como Silas Malafaia e Marco Feliciano. “Eu não tenho filho nem filha. Se descobrisse que meu filho era homossexual, a minha fé ensina a respeitar. A Bíblia não ensina a discriminar ninguém”, afirmou no final do programa.
“Alguns pastores são bobões. Bobões! E vocês sabem quem são. Ficam querendo aparecer… Jesus ensinou a respeitar a todos. Jesus ajudava todo mundo. Jesus nunca levantou bandeira contra, Jesus veio nos salvar, nunca julgou ninguém. Jesus nunca levantou a bandeira da homofobia”, assegurou, ignorando os textos do Novo Testamento que falam sobre como se dá o julgamento divino.
“Você que discrimina, deveria abrir a sua mente. Você bater em seu filho, colocar sua filha para fora de casa muda o quê? Sinceramente? A nossa fé ensina a respeitar as pessoas. Essa é minha opinião. Eu ajudaria o meu filho no possível e no impossível… Ele jamais deixaria de ser filho por que diz que é homossexual”, concluiu.
A fala de Carotti reproduz os mesmos termos usados pelo bispo Edir Macedo em um programa de rádio no ano passado.
“Há muitos crentes, pastores e igrejas levantando uma bandeira contra o movimento gay, contra o casamento de homossexuais, de lésbica, etc. Eu pergunto: Jesus faria isso se estivesse vivendo no nosso tempo? Eu não creio que Ele faria. Porque no tempo dEle já havia homossexuais… Jesus não falou nada. Jesus não levantou uma bandeira, falando: ‘Olha, vocês têm que falar contra o homossexualismo, que é proibido, que não deve. Eu não vou me envolver… isso é problema deles. Cada um segue a sua fé.”, afirmou ele na ocasião.