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Rodrigo Santoro é crucificado em temperatura abaixo de zero como Jesus, do filme ‘Ben-Hur’
Cinema
Publicado em 28/08/2016

De religioso, galã, imperador e louco, Rodrigo Santoro tem um pouco. A essa considerável lista, soma-se o “incomparável” — nas palavras do ator — Jesus Cristo. O ator interpreta o personagem no filme “Ben-Hur”, que entra em cartaz nos cinemas hoje. No longa do russo Timur Bekmambetov, o papel do brasileiro costura ponto a ponto a história central, uma rivalidade travada entre os irmãos Judah Ben-Hur (Jack Huston), judeu, e Messala (Toby Kebbell), romano.

— Não existe o grande personagem. Mas esse, sem dúvida, eu não consigo comparar com os outros que já interpretei pela relação íntima e espiritual. Nada se compara a Jesus Cristo — sentencia Santoro, que fala dos efeitos do trabalho: — A experiência me transformou em todos os sentidos. Se eu tive acesso a uma milionésima fração do que foi Cristo, porque realmente me coloquei para estudar isso, ele já reescreveu minhas motivações na vida.

 Rodrigo Santoro, como Jesus, momentos antes de ser crucificado

— Quando perguntam sobre a responsabilidade de interpretar Jesus, digo que é enorme. Mas não maior do que o aprendizado que eu tive. O caminho é sair da palavra. Antes, eu tinha uma idealização dessa figura. Hoje, construí uma relação mais profunda. É uma proposta minha acordar, viver e colocar na prática. Como se trabalhar o perdão? É superdifícil, mas isso é um exercício — filosofa ele, que completa 41 anos na próxima segunda-feira.

Na cena da crucificação de Cristo, Santoro e mais dois atores estão no alto de uma colina da cidade de Matera, no Sul da Itália. Vestidos somente com um fino tecido que cobre as genitálias, eles enfrentaram temperatura negativa, ventos fortes e a potencialização da emoção de gravar numa Quarta-feira de Cinzas, dia sagrado para a Igreja Católica:

— A cidade era toda esculpida em pedras e eu lá, olhando tudo... Foi uma emoção sem fim! Havia um sistema de calefação que soltava ar quente enquanto eu estava na cruz. Fizemos de uma vez só porque era um frio descomunal. Falei para eles: “Me crucifiquem de uma vez só (risos)”.

Com força e emoção

“Ben-Hur” é uma história épica, cuja primeira gravação foi feita em 1959, e narra a vida de um príncipe falsamente acusado de traição por seu irmão adotivo Messala, um oficial do exército romano. Destronado e afastado da família, Ben-Hur é escravizado pelo exército de Roma, que tentava conquistar novas terras. Após anos no mar, ele retorna à sua cidade em busca de vingança. Lá, no entanto, ele e a população encontram Cristo.

— Foi desafiador fazer esse filme porque ele é um clássico. Quando recebi o convite, fiquei cauteloso. Mas fizemos um trabalho sob a ótica do amor. É uma boa história contada de maneira diferente da de 1959 (protagonizada por Charlton Heston), para um público mais moderno — explica Jack Huston, que teve como parceiro de cenas o veterano Morgan Freeman.

 

Toby Kebell e Jack Huston durante a cena da luta de bigas

 

Toby Kebell e Jack Huston durante a cena da luta de bigas

Toby Kebell e Jack Huston durante a cena da luta de bigas Foto: Philippe Antonelli/Divulgação

Um show de efeitos especiais faz da corrida de bigas (pequena charrete puxada por cavalos), considerada antolófica no cinema internacional, um dos momentos mais impressionantes do longa. Mas mesmo apoiado por tanta tecnologia, Huston revela que ficou assustado.

— A experiência foi fantástica. Em que lugar você pode participar de uma corrida de bigas? Gravar foi difícil, mas quanto mais complicado, mais eu me dedico — revela o inglês de 33 anos, que acrescenta: — Era tanto nervosismo que o diretor teve que dizer: “Não esqueçam de atuar”. Tudo que você vê nas cenas, somos nós. Foi necessária muita prática para controlar quatro cavalos.

por Paulo Víctor Mafrans

 

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