Final de outubro chegando e muitas casas, escolas, creches e até mesmo igrejas ganham uma decoração não tão muito amistosa e convidativa na opinião de muitos cristãos, devido à celebração da festa conhecida como "Halloween" ou o popular "Dia das Bruxas".
Segundo o ex-satanista, missionário e escritor cristão, Daniel Mastral, este tipo de festividade vai contra os princípios bíblicos deixados por Deus ao Seu povo e que cristãos que participam de festividades deste tipo estão "pactuando com as trevas".
Daniel irá publicar um vídeo sobre o assunto em seu canal do Youtube no próximo domingo, dia 30/10, intitulado "Dia Das Bruxas" e falou com exclusividade ao Portal Guiame, destacando que o paganismo está mais dentro das igrejas do que se imagina e que é preciso que os cristãos tenham muita maturidade para se posicionar diante das pressões externas, que tentam convencer os cristãos a partiparem deste tipo de festividade.
Confira abaixo a entrevista exclusiva, na íntegra:
Portal Guiame: Apesar de parecer uma festa "inocente" para as crianças aos olhos dos pais, o Halloween se remete ao famoso "Dia das Bruxas" e é apontado por muitos como uma festa pagã. Haveria algum tipo de ritual satânico, de fato neste tipo de "celebração"?
Daniel Mastral: O tema escolhido pelo Portal Guiame é de profunda relevância. O termo “Dia das Bruxas” surgiu na idade média, durante a Inquisição. A Igreja Católica, neste período, tinha poder de estado. Podia prender, sentenciar e matar qualquer pessoa acusada de heresia. A prática do rito, cujo nome original era Samhain, tem origem no povo Celta. Era uma festividade de celebração a terceira e última colheita do ano. Mas, também era uma data sagrada para eles. Acreditavam que, na noite de 31 de outubro um portal era aberto e permitia que os mortos entrassem em nossa dimensão para possuírem os corpos dos vivos. A fim de evitar que este objetivo se cumprisse, a tradição ensinava que os habitantes deveriam colocar na porta de suas casas objetos macabros, como crânios, ossos, etc. Isso iria “afugentar” os fantasmas. Esta tradição ganhou mais destaque quando chega aos Estados Unidos e Canadá. Trazida por imigrantes irlandeses em 1.845. Lá se mesclou a culturas locais. Foi ai que o espantalho, objeto ligado às lavouras de milho, comuns em muitos estados americanos, ganhou espaço dentre os símbolos do dia das bruxas. Com o tempo, tudo que é associado à morte foi incorporado: vampiros, zumbis, múmias, fantasmas, etc.
O papa Gregório Oitavo, resolveu cristianizar a celebração pagã. Dando a ela contornos diferentes. Mudou a data do “Dia de todos os Santos”, 13 de Maio (que antes era a data do festival romano dos mortos) para dia 01 de Novembro. Assim, a celebração cristã e pagã se uniram. Mais tarde seria acrescentada outra data na sequência; o dia de finados ou dia dos mortos. No Brasil, a partir de 2005, foi instituído na mesma data o “Dia do Saci”. O curioso é que a data (31.10) corresponde a uma data importante para os cristãos: a Reforma Protestante, ocorrida em 31.10.1517. A data não é sagrada apenas para os Celtas, mas também é reverenciada por dezenas de seitas em todo o mundo, inclusive o Satanismo moderno, onde são celebrados rituais específicos em homenagem ao próprio Lúcifer.
Portal Guiame: Como você percebe que crianças e adultos reagem a essas festas? Quais as principais diferenças nestes dois "públicos" e como o mais vulnerável deles pode ser afetado?
Daniel Mastral: Por mais paradoxal que seja, o público mais vulnerável não são as crianças, e sim, os adultos. Pois, as crianças não compreendem o verdadeiro significado da festividade. Para elas, é tão somente um “baile de máscaras”, uma brincadeira. Não há como explicar a uma criança de três, cinco ou sete anos, o que é realmente a celebração. Elas não vão entender. Uma vez que estão no mundo infantil, dos contos de fada. Acreditam que os bichinhos falam; que papai Noel existe; que o coelho deposita ovos de chocolate para elas na páscoa, etc. Esta inocência as coloca como os habitantes de Nínive, que Deus poupou devido à falta de discernimento e conhecimento daquele povo. (Jonas 4: 10-11).
Já os adultos, têm ciência do que estão se envolvendo. Trazer isso para igreja, por exemplo, é pactuar com as trevas. “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?” (2 Coríntios 6:14-15). “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.” (Efésios 5:1) A Palavra é bem clara neste ponto! Escolhas irão determinar as colheitas...
Abóboras luminosas compõem decoração para festa de Halloween. (Foto: Mundo das Tribos)
Portal Guiame: Segundo relatos de uma ex-bruxa norte-americana, há o uso de crianças como "objetos sexuais de adoração" ou até mesmo o sacrifício desses pequenos em rituais de festas de Halloween. Tal informação procede? Por qual razão isto aconteceria?
Daniel Mastral: Os ritos com sacrifícios humanos são antigos. Os Astecas, por exemplo, faziam isso em escala “industrial”. Quando os colonizadores espanhóis, liderados por Cortés, chegaram ao México, deparam-se com algo dantesco. Mais de 20.000 sacrifícios humanos, realizados em quatro dias de cerimônias. A cada dois minutos uma vida era ceifada de forma cruel e impiedosa como oferenda aos “deuses”. Hoje, é notório o desdobramento disso no plano físico. No México há um culto a morte. Mais de dois milhões de fiéis depositam sua fé na “Santa Morte”. O diabo orquestra estas cerimônias no intuito de profanar a obra prima da criação de Deus.
Portal Guiame: A pressão para participar destas festas a essa época do ano vem de todos os lados: empresas, escolas e até mesmo igrejas. Como você acredita que um cristão pode reagir a estas "propostas" e se posicionar de forma madura?
Daniel Mastral: Se analisarmos de forma sábia e equilibrada, veremos que o “dia das crianças” é comemorado inclusive, por muitos evangélicos, que presenteiam seus filhos nesta data, em conformidade com o calendário. Na verdade, por trás disso há o culto a Aparecida. Na Páscoa, quando damos ovos de chocolate às nossas crianças, não há nenhuma relação disso com o cristianismo. Coelhos não botam ovos de chocolate. Aliás, são mamíferos! Logo, estamos diante de uma mentira. E mentira é do diabo! E o Natal? Não há nenhuma orientação nas escrituras para comemorar o nascimento de Jesus. Nem de qualquer outra pessoa, seja profeta, apóstolo, etc. Não era costume! O mandamento é celebrar a Ceia em memória de Seu sacrifício na Cruz. Sua morte que nos traz a vida. A data escolhida para o Natal é na verdade, a data de uma festa pagã: 'Saturnália', celebrada originalmente dia 17 de Dezembro, se estendendo até 25 de dezembro. Convém lembrar aqui que o solstício de Inverno era uma data muito importante para as economias agrícolas – e os Romanos eram um povo de agricultores. Como Saturno estava relacionado com a agricultura é fácil perceber a associação do culto ao deus “Saturno”.
Outros cultos existiam também, como é o caso do deus Apolo. Considerado como "Sol invicto", ou ainda o culto a Mitra, adorado como deus Sol. (No antigo Egito ele recebia o nome de Rá). Este último, muito popular no exército romano, era celebrado nos dias 24 e 25 de Dezembro data que, segundo a lenda, correspondia ao nascimento da divindade. Em 273 d.C. o Imperador Aureliano estabeleceu o dia do nascimento do Sol em 25 de Dezembro: Natalis Solis Invicti (nascimento do Sol invencível). É somente durante o século IV que o nascimento de Cristo começa a ser celebrado pelos cristãos. Até então, a sua principal festa era a Páscoa.
Vale pontuar que, o ritual celebrado pelo Satanismo Moderno nesta data é algo muito singular. Não há uma forma branda de descrever o que é feito nesta noite. Por uma direção muito específica de Deus, eu apresentei um escopo desta e outras cerimônias na trilogia de Kilaim, Nephilim e Ikarim (livros meus, publicados pela “Editora Novo Século”), claro que dentro de um contexto emoldurado pela trama da narrativa. No entanto, alheios aos fatos obscuros que regem a data “natalina”, nós celebramos o natal. Mesmo com “influências” do papai Noel, duendes, Rena, trenó... Agora tem até a mamãe Noel, que mais parece a “Dona Benta”. Por outro lado, nesta época do ano, procuramos nos reunir com nossos familiares e amigos. Muitos passam na Igreja para paricipar de cultos especiais com ceia. Jesus morreu para que fossemos unidos com Ele. Se nossa motivação é Cristo, estamos honrando a Cristo. Pois Deus vê a intenção de nossos corações. Enfeitamos nossas casas, presenteamos nossos filhos, familiares e amigos. Celebramos o amor de Jesus por nós.
Já na festa de Halloween, não temos este cenário de “amor” ao fundo... Portanto adultos cientes dos fatos como eles são, não devem participar. Nem pastores devem trazer isso para dentro de suas igrejas. Seria um ato de profanação. Mas as crianças não entendem o que os cerca. Se proibirmos nossos filhos de cinco, sete, ou dez anos de idade em ir fantasiado de “vampiro”, “bruxa”, “fantasma” na escola que abarca este calendário, eles sentirão que não fazem parte do grupo. E isso, nesta idade é muito importante. Esta ação pode desencadear sentimentos de rejeição que podem perseguir a criança até a fase adulta a trazer sérios problemas emocionais. Ou será que nós, pais, devíamos dizer aos nossos filhos pequenos que os amiguinhos deles, os professores, coordenadores que forem à festa na escola vão todos “arder no inferno”? Crianças não compreendem isso. Para elas, é só um “baile de máscaras”, como já descrevi acima, onde haverá músicas, pipoca, doces, confete e amiguinhos fantasiados. Elas não associam isso ao mal e Deus vê esta pureza no coração delas. Afinal, é delas o reino dos céus. E quem não for puro como elas não entrará nos céus.
Crianças fantasiadas para festa de Halloween. (Foto: Pinterest)
Meu filho participou por três anos seguidos destas festividades na escola. Dos três aos seis anos. Ele foi fantasiado de “fantasminha”. Isso não mudou em nada seu desenvolvimento, sua fé, sua conduta ou contaminou seus valores. Deixei-o ser criança, viver os sonhos, acreditar no coelho da páscoa, que os bichos falam, que todos são bon, que no mundo não há maldade. Permiti que ele tivesse a compreensão do mal aos poucos. Lembro que ele via uma série na Discovery Kids de uma cidade fictícia, chamada 'LaztTown', na qual o personagem central, Sportacus combatia o “mal”, representado pelo Robbie Rotten, que era o “vilão”. Esta forma gradual e sem extremismos ajuda o desenvolvimento mental e emocional de nossas crianças, permitindo que elas desfrutem cada etapa de sua evolução. Falar de anjos, demônios, maldições, para elas só irá promover dúvidas e despertar o medo, já que ainda não possuem capacidade intelectual de compreender as esferas da vida adulta.
Criança tem que ser criança. Meu filho, naturalmente acabou me fazendo as perguntas certas, no tempo certo. E aprendeu a verdade no momento que estava pronto a compreendê-la, pois há tempo para todas as coisas abaixo do Sol (Ec 3:1). Deus nos não nos deu espírito de timidez ou covardia, mas de amor, poder e moderação (2 Tm 1:7). Deste equilíbrio deriva a vida em abundância. Tudo que for extremista será prejudicial. Esta é a diferença entre o remédio e o veneno: a dose! Se alguém é por demais religioso sua religiosidade será extremista e este extremo nos afasta de Deus. Os Fariseus eram “muito religiosos”. E estes não reconheceram o Amor [Deus] que habitou entre eles. Eu, particularmente, não vejo nenhum mal em permitir que elas participem de suas atividades escolares que tenham como tema o dia das bruxas. Para elas é algo lúdico e desprovido de maldade. O mesmo não se aplica aos adultos, claro!
Espero ter colaborado para trazer esclarecimentos aos meus irmãos na fé. Trazendo equilíbrio, moderação e serenidade. Se alguém discordar do que apresentei, faça segundo sua consciência lhe dirige, pois o problema não é, nem nunca foi a presença do Diabo, mas sim a ausência de Deus! Que o Senhor dos Exércitos os abençoem de forma especial, guiando seus passos e iluminando seu caminho. Que possamos desfrutar, nem que seja uma centelha, da Igreja Primitiva. Que somava as forças e dividia os fardos.
Na Unidade da Cruz.
por João Neto
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