O programa humorístico “Zorra”, transmitido pela Globo, voltou a ridicularizar as questões religiosas. A edição que foi ao ar no último sábado (16) apresentou duas esquetes em sequência com situação relacionadas a igrejas.
Usando o estereótipo de que pastores são ladrões e padres são homossexuais enrustidos, tentaram fazer graça com as duas principais representantes da fé cristã no país.
A primeira piada foi um esquete mais longo (ver o vídeo), onde vários executivos corruptos de uma empreiteira estão prestes a ser presos pela Polícia Federal. A solução encontrada é contratar Marlene (Dani Calabresa), uma gestora de crises que apresenta uma saída fácil.
A gestora convence os executivos a transformarem o local em uma igreja. Distribui Bíblias e ordena: “Vai rezando. É o seguinte. Vocês não são mais a empreiteira Lobato e Fagundes Junior Engenharia e Construção. Agora, vocês são a Igreja do Sétimo Tijolo”.
Quando os policiais entram, dando voz de prisão, citam uma série de irregularidades, como financiamento de campanhas e obras superfaturadas e não entregues. Marlene passa a fazer uma série de comparações entre a operação criminosa da empresa e as práticas de igrejas que usam dinheiro de ofertas para construir templos.
Faz chacota também dos exorcismos comuns em igrejas pentecostais, tentando tirar um suposto “demônio” do policial federal. No final, tendo aceitado as justificativas da gestora de crises, eles saem de cena.
Ela então cobra caríssimos honorários. Os empresários chiam, e ela dispara: “Sem esse papinho de crise. Vocês não são mais empreiteira, vocês são a Igreja, não pagam imposto. Igreja é o quê? Só lucro e alegria”.
Logo em seguida, exibiu um esquete mais rápida (ver vídeo), onde o papa (Welder Rodrigues) tenta convencer os seus cardeais que a igreja deve aceitar um colega que agora é transgênero. A justificativa é que a igreja deveria estar mais aberta e aceitar com naturalidade a “identidade de gênero” do cardeal Laércio, que explica: “eu sempre me senti uma freira no corpo de um padre”.
A comparação do papa é que seria o mesmo que “o Espírito Santo no corpo de um pombo”. Depois de minimizar todos os argumentos sobre tradição e dogma, o pedido do pontífice é acatado, pois, afinal, “nossa igreja aceita a todos”.
A conclusão do esquete vem quando um dos cardeais pede pra fazer uma missa em homenagem ao Corinthians. O papa, irritado, questiono por que o religioso abandonou seu time de infância, o Palmeiras.
“Cardeal, trocar de tipo quando se está velho é uma safadeza”, sentencia o líder maior dos católicos. Apesar da tentativa do cardeal, não há diálogo. “Se fizer isso eu te excomungo”, finaliza, com a anuência de todos os outros cardeais presentes. Afinal, gênero é opção, mas futebol é algo sagrado!