Em um debate de 78 minutos, promovido pela TV Folha, no programa FlaXFlu, a psicóloga cristã Marisa Lobo e a transexual Renata Peron abordaram a inserção da ideologia de gênero nas escolas.
Mesmo após as mudanças feitas pelo presidente Michel Temer, a questão ainda é amplamente debatida por conta do ativismo de esquerda, que procura impedir que o assunto seja revisto pelo novo Ministro da Educação, de perfil mais conservador.
No início do mês, um grupo de pastores liderados pelo bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, pediu pela defesa da família tradicional e que seja feito um combate à essa agenda ideológica que tomou vulto no Brasil durante os governos petistas. Essa posição foi criticada por Peron.
Especialista em direitos humanos, Marisa escreveu um livro sobre o tema e como essa questão vem influenciado a formação das crianças. Como contraponto, Renata reclamou. Para ela, “É no chão da escola que se discute preconceito”, no que classificou de transfobia. Como vem sendo praxe, culpou a bancada evangélica por instigar um discurso de ódio contra a população LGBT.
O fato é que a proposta de inclusão dessa ideologia foi retirada dos Planos Municipais de Educação. De acordo com Marisa Lobo, a tentativa é de se impor “um conjunto de ideias contra todas as outras verdades, sejam elas históricas, científicas ou biológicas. Alegando que o homem não nasce homem e a mulher não nasce mulher”. O tema foi inclusive tema de prova do ENEM no ano passado, causando grande polêmica em todo país.
Como psicóloga, Marisa entende que existe um conflito psicológico quando as crianças aprendem isso na escola. Em especial, por que está presente em material didático de alunos no ensino fundamental, no que ela classificou de ‘ditadura’.
“Isso é um perigo e na minha concepção, como profissional. Não como cristã, como religiosa”, esclarece. “É um gerador de conflito para a própria identidade das crianças”, que ainda não possuem sequer uma percepção de sua sexualidade.
Mencionou ainda vários casos de escolas que tem obrigado crianças pequenas a beijar outras do mesmo sexo ou se vestir com roupas do gênero oposto, numa tentativa de lutar contra o preconceito.
Renata, que é assistente social, lembrou o tempo todo sua própria biografia, afirmando que se “descobriu” trans desde a infância. Ela defendeu a necessidade de cotas para transgêneros no mercado de trabalho. Mostrando um alinhamento de pensamento com o governo de Dilma, afirmou que com Temer, suas bandeiras estão perdendo espaço.